Como pensar um aplicativo de relacionamento em um país islâmico? As barreiras culturais no UX
No Egito, o casamento é considerado uma das cerimônias mais importantes da vida de uma pessoa. Porém, com o círculo social limitado, muitas vezes influenciado por costumes religiosos e diferenças econômicas, o casamento arranjado (com o melhor amigo do seu irmão ou um primo distante) é uma realidade comum.
Parece óbvio que a tecnologia pode mudar esse cenário com um piscar de olhos, unindo pessoas e auxiliando nesse processo, certo? Sim, se desconsiderarmos a grande barreira cultural que existe entre a solução e as pessoas da região. Para conversar com aqueles que usariam essa tecnologia, é preciso considerar fatores da experiência que nem sempre aqui, no ocidente, são tão importantes.
Durante os 3 meses em que eu vivi no Cairo e trabalhei no aplicativo “marriage making” Harmonica, vi como a experiência do usuário pensada estrategicamente para o seu público pode mudar um cenário que parecia impossível.
No período em que estive lá, o aplicativo cresceu organicamente de 50 para uma base de 100 mil usuários e caminhava para ser o maior aplicativo de relacionamentos do MENA (região do Norte da África e Oriente Médio). É sobre essa estratégia e os impactos que ela causou que vamos conversar na UXConf BR 2019.
Sobre a palestrante
Sou jornalista, tenho 26 anos e trabalhei com comunicação por alguns anos até realmente encontrar minha verdadeira paixão: desenhar experiências incríveis e promover impacto na vida das pessoas. Durante 1 ano e 10 meses trabalhei com o Spotify na Colômbia, fazendo atendimento ao cliente, dando treinamentos e apoiando lideranças com o objetivo de proporcionar ao usuário a melhor experiência possível.
Tentando inovar e me desafiar ainda mais, fui para o Egito. Lá, atuando como UX Designer (durante o verão, no deserto, vivendo o Ramadã, mulher, sozinha, voluntária) encontrei todos os desafios que buscava (e mais outros). Mesmo com a aplicação toda em árabe e sendo a única pessoa que não falava o idioma na startup, conduzi a equipe, superei expectativas e foi incrível.
Hoje, de volta ao brasil, sou UX Designer pela TIVIT e sigo me desafiando, entregando e estudando sobre as melhores experiências que podemos promover para nossos usuários.