Nós também usamos UX para ensinar programação
A área de TI é predominantemente masculina e o desafio de ser uma mulher nesses espaços começa com as aulas de programação. Se já é difícil estudar, o incentivo para começar nessa área é ainda mais raro.
Pensando em tudo isso, algumas mulheres que venceram os obstáculos de aprendizagem e hoje são desenvolvedoras criaram um espaço exclusivamente feminino para o ensino e aprendizagem de Django, um framework de Python, que é uma linguagem de programação muito utilizada hoje em dia. Essa iniciativa, o DjangoGirls, acontece no mundo todo e em 2017 teve uma edição em Florianópolis. Eu estive lá. E a experiência foi reveladora!
O DjangoGirls não é só o ensino de Python por mulheres e para mulheres. É uma outra experiência do processo de ensino-aprendizagem. Projetar um curso para mulheres é diferente de projetar um curso misto ou para homens. E, especialmente, projetar um curso para mulheres sobre um tema ao qual as mulheres foram e são sistematicamente excluídas, de várias formas, desde a falta de incentivo, a falta de confiança no seu trabalho e até na diferença de remuneração.
E, através da etnografia, de entrevistas e de questionários, percebe-se como a experiência da aluna no curso faz diferença na sua aprendizagem, ao se sentir mais segura e acolhida para desbravar um universo cercado de mitos e preconceitos.
Slides da apresentação
Sobre a palestrante
Especialista em Design de Interação e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento na UFSC. Tenho experiência como designer de interação e multimídia, atendendo clientes como Petrobrás, Banco Mundial e Sebrae. Trabalhei em empresas como Softplan e DOT digital group. Também sou bacharel e licenciada em Ciências Sociais, trabalhando como pesquisadora, professora e produtora de conteúdo.